quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Dead Fish - CD novo


Com 17 anos de estrada e muita paixão, os capixabas do Dead Fish planejam lançar o novo CD, ainda sem nome, no segundo semestre de 2008. A banda formada por Rodrigo (vocal), Phillipe (guitarra), Alyand (baixo) e Nô (bateria) tem como receita de sucesso a intensidade de seus trabalhos e a crença de que tudo pode dar certo desde que seja feito de forma organizada e honesta.

A influência agressiva do hard core californiano e as letras que buscam reflexões sobre a sociedade em que vivemos, levantaram o público no último dia 17 de agosto no Barueri Futebol Clube. E foi em meio a atmosfera da verdadeira positive music e do suor das bandas independentes que batemos um papo com Rodrigo e Phillipe. Confira a entrevista logo abaixo.

Suor, Atitude e Hardcore!

Estefani:
Como está a gravação do CD novo?
Rodrigo: Bom, o CD está pronto. Mas, ainda precisa gravar. Já está pronto há algum tempo e todo mundo esta um pouco angustiado. Ele tem que ser gravado rápido, já está atrasado.

Estefani:
Como foi a produção, vocês tiveram que parar?
Rodrigo: Paramos para produzir, neh?
Phillipe: Agente foi ensaiando, compondo durante as turnês.
Rodrigo: Parar, parar. Agente não parou.

Estefani: Vocês acham que tocar com essas bandas que estão começando, ajuda? Dá uma força?
Rodrigo: Eu não vejo como dando força não. Sempre gostaria que as bandas estivessem juntas. Mesmo que agente seja mais conhecido, as bandas novas têm que se valorizar, acreditar no que estão fazendo. Se for um bagulho organizado, não tem por que não tocar.

Estefani: Como foi para vocês a experiência de sair do país? Tentar a carreira internacional?
Rodrigo: Foi uma aula, uma aula de cenário independente.

Estefani: O que vocês aprenderam?
Rodrigo: Uma aula de “faça você mesmo” e uma aula de tudo pode ser possível, se você for um pouquinho organizado e honesto. Aula de tecnologia também, neh? Agente vem com esse discursinho de terceiro mundo, que agente é humilde, pobre. Mas, na verdade, lá tem gente pobre também, tem gente que tem uma vida alternativa e consegue fazer as coisas, por que esta direcionada para aquilo.

Estefani: O que a galera que ta começando pode fazer para se direcionar?
Rodrigo: Acho que as bandas estão pensando muito em aparecer direto e acabam esquecendo o meio em que elas estão. Que é exatamente o que importa. Você fez uma boa música, a sua “micro célula” tem que estar ali com você. Eu acho que isso se perdeu nessa década.

Estefani: Você acha que a internet ajudou a piorar isso?
Rodrigo: Ajudou. Ajudou a pasteurizar um pouco, uma coisa que era mais orgânica. Não que ela tenha prejudicado, hoje é maravilhoso ter a internet.
Phillipe: As bandas se preocupam muito com a imagem.
Rodrigo: Isso, não da realidade, não do estar suando ali em um evento pequeno, com as pessoas que você conhece. É bem mais fácil você pegar uma banda inglesa e ficar ouvindo pela internet. Não que isso seja ruim, é bom ter acesso a uma banda eslovaca. Mas, Barueri precisa ter sua cena também.

Estefani: Vocês estão com algum projeto novo agora, fora o CD?
Rodrigo: Agente acabou de cancelar a turnê gringa. Por que o CD atrasou , o projeto é terminar ele mesmo e fazer uma turnê dele, uma boa turnê. Do nosso jeito.

Estefani: E qual é o jeito do Dead Fish?
Rodrigo: O jeito é aquele negão ali ( baixista e empresário Alyand ) , que agiliza tudo, adianta tudo. Trabalha que nem um cachorro e não é por causa da grana não, faz por que gosta. Faz por que ele esta ali para viver a coisa e não por que vai ganhar 10 ou 5.

Estefani: Quais as novidades desse novo CD?
Rodrigo: Ele é mais rápido, é mais anos 90. Hardcore anos 90.

Estefani: Quais as influências dele?
Rodrigo: De manhã eu ouvia Peter Tosh e Bob Marley, aí eu parei de ouvir tudo e só ouvia hard core, só hard core durante dois meses, para me alimentar de energia positiva.


Som do vídeo ta péssimo, mas olha ele ai! rs

Textos por Estefani Medeiros
Fotos por Aline Amaral

Um comentário:

Anônimo disse...

parabéns pela ótima entrevista.